O ter graça e o ser engraçado.

Ainda me lembro no mestrado, pouco depois do seu inicio, primeiro semestre, quando dizia alguma coisa na tanga, os professores e as vezes a turma se ria, uma colega minha, chegou a dizer que nas minhas apresentações se ria sempre.

E também me lembro quando uma vez me disseram que eu não podia dizer nada, que eles estavam sempre em cima.

Eu na altura achei “engraçado” terem reparado nisso, porque afinal: “não era só impressão minha”.

Claro que quem faz um grupo (seja uma turma numa sala, seja num focus group etc) rir, torna-se um pouco o centro das atenções e afecta profundamente aquele tipo que quer ser cool…

Claro que o tipo que quer ser cool vê-se como que atacado, porque: “Ora porra (!!), aquele tipo está ali perfeitamente natural, diz duas tretas e o pessoal já está a rir com ele...”
(E eu aqui, que tenho a mania que sou cool calado…)

“Vou dizer uma merda para o pessoal também se rir, ou melhor, vou meter-me com alguma cena que ele tenha dito, ou melhor ainda, vou usar o que ele disse, reformular e de algum modo, ataca-lo… Ora deixa cá ver…”

A verdade é que há quem tem graça e depois há os engraçados.
Nunca achei piada aos segundos…

Isto porque o engraçado esforça-se por ter graça. Denota-se um certo travo de mau gosto.

Eu na realidade, muitas vezes nem me chateio. Mas noutras, ou porque me apetece, ou porque estão mesmo a pedi-las, falo…
 Sempre numa de tanga e do pessoal se rir, calo o engraçado…
Dá-me gozo, que é que posso fazer...?

No final, aquilo que o engraçado se esquece é que não riem com ele, mas muitas das vezes riem-se dele.

Bem, um concelho para quem age assim:

Não tenham como único objectivo daquilo que dizem o quererem ter mais piada do “que” ou quererem chamar à atenção para vocês. Porque assim não resulta… começam por ter os intuitos errados.

Não se diz uma coisa na tanga só porque se quer ser cool, diz-se porque tem piada por si, diz-se porque se insere no assunto que se está a falar, não se forçam piadas.

Depois admiram-se que existam mais do que uma pessoa com a mesma opinião delas. Má por sinal…

Este tipo de atitudes, do meu ponto de vista, denota um certo tipo de… digamos… imaturidade, não, melhor… complexo de inferioridade…

Agora não me perguntem sobre o quê. Deve ser sobre algum bichinho que têm a rabiar na cabeça, não sei… Mas penso que passa principalmente por pensarem que por serem “alguém” em determinado local, pensam que são “alguém” em todos os lugares.

Exemplos práticos: CEO aqui, ou acolá, ou pessoal “ligado a praxes” Dux, etc…

Pois… temos pena mas não são.
E digo isto porque já lidei com “CEOs” do mais aparvalhado, incompetente e estúpido que há, assim como já lidei com pessoal da praxe que por se acharem tão grandes, demonstram quão pequeninos conseguem ser (como se vê, os exemplos não foram dados por acaso).


O que vale é que as pessoas com quem me relaciono, numa base mais regular, são pessoas com graça.

1 comentários:

Sónia disse...

Ter graça não é ser engraçado.
Ter graça é preferivel 1000000x a ser palhaço. É pena é que hajam mais 1000000000x palhaços do que pessoas com graça.

"Ter graça" irradia verdade e autenticidade, espelhando o grau de maturidade de cada pessoa.

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